Por Dra Suênia Timótheo Figueiredo Leal
MÉDICA CRM-PB 8086
Pediatria RQE: 5768
Neurologia Pediátrica RQE: 5769
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está cada vez mais conhecido e, com a conscientização sobre esse tema, principalmente neste mês de abril, permitimos que a família venha a suspeitar cada vez mais precoce do Autismo e, assim, tentamos garantir um início precoce do tratamento e um melhor prognósticos para essa população.
Nos lactentes (menores de 2 anos), muitas vezes é difícil afirmar se a causa dos sinais e sintomas percebidos é TEA ou qualquer outro transtorno.
Dos sinais precoces que devem levantar suspeitas temos:
– Dificuldade de fixação do olhar
– Indiferença ao colo
– Ausência de atenção compartilhada
– Pouca resposta a estímulos
– Não desenvolvimento de sons apropriados para idade.
– Atrasos nos balbucios, nos gestos e na linguagem
– Desinteresse social com preferência por objetos a pessoas
– Brincar disfuncional e isolado
– Dificuldade na interação com pessoas
– Comportamentos, falas, sons ou movimentos repetitivos
– Interesse exagerado pelas mesmas coisas
Nos primeiros anos de vida, os sinais e sintomas do autismo podem não ser tão claros e alguns sinais observados podem ainda não estar presentes pela própria imaturidade da criança.
Mas a qualquer suspeita pela família ou pelo pediatra geral assistente, deve ser encaminhado para um médico neuropediatra especializado para avaliar e quantificar a associação dos sintomas e, desta forma, definir se existe a quantidade de critérios suficientes para definição diagnóstica, de acordo com o DMS-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição).
O TEA não é uma doença e sim um transtorno do neurodesenvolvimento, deste modo não tem cura! Então, uma vez dado o diagnóstico, ele é definitivo. Por isso deve ser feito de modo muito criterioso, através de avaliação médica minuciosa especializada.
Durante puericultura, os pediatras devem checar os marcos motores, linguagem, capacidade de comunicação e socialização e características comportamentais da criança, caso ocorra alertas de atrasos, mesmo que mínimos, deve-se encaminhar para especialistas.
Em ambientes escolares, professores devem conhecer os âmbitos do neurodesenvolvimento e orientar procurar ajuda, caso necessário. A avaliação multidisciplinar é importantíssima para observação detalhada dos déficits e permitir planejamento das abordagens terapêuticas.
O tratamento para melhoria do quadro se faz com terapia multiprofissional, iniciado com urgência, tanto para estímulo das crianças com diagnóstico definido, bem como para as suspeitas de autismo (independente de confirmação), sempre de acordo com as dificuldades individuais, para definição da intensidade e frequência, de acordo com os sintomas apresentados.
É imprescindível manter acompanhamento especializado periódico para reavaliação da evolução e desenvolvimento do paciente, realizar confirmação diagnóstica (nos casos indefinidos), rever necessidade dos ajustes das intensidades destas terapias, bem como avaliar se há necessidade do uso de contingência medicamentosa e pesquisas de comorbidades.
A medida que forem sendo realizadas terapias e seguimento médico adequados, observarmos a evolução satisfatória, permitindo a melhora ou superação das deficiências existentes.
Por fim, reabilitação precoce e intensiva é essencial e nunca se deve esperar a confirmação diagnóstica do TEA para início das terapias. Ao observar os mínimos sinais de atraso do desenvolvimento, deve-se encaminhar ao especialista, com precocidade, para garantir bom prognóstico.