Autor: Dalvélio de Paiva Madruga (Presidente do CRM-PB)
Veiculação: Jornal do CRM-PB – Ediçãoo nº 64 – Setembro/Outubro 2005
Por que e para que somos médicos? Somos médicos, porque atendemos a uma força interior, que nos faz ver habilidades para a medicina.
Para que? Atenuar sofrimentos, consolar ou curar aquele que é o motivo destas questões.Na realização deste chamado sacerdotal, e na aplicação dessa missão honrosa, é necessário, um preparo científico: pré-médico, médico, residência médica e, ter educação médica continuada, visando ao bem estar do paciente.
A interação das duas pessoas, que se encontram em condições diferentes, mostra o início de um processo de conhecimento complexo, porém determinante ao êxito do tratamento. Por vezes, estes contatos se tornam especiais, visto que o sofrimento se apresenta de formas diversas, modificando o comportamento do paciente. Ler nos olhos, compreender a verbalização de uma expressão, ouvir e sentir a alma destas pessoas, faz o médico participar plenamente de suas vidas.
O processo de adoecer resulta em transformação da afetividade na pessoa, trazendo ansiedade, insegurança e depressão. O doente transfere então ao médico o poder da solução desta modificação na sua vida, atribuindo a ele “onipotência”, estabelecendo-se um vínculo forte entre as duas pessoas. Quando esta relação é respeitada com o sigilo, a ética e a competência científica, começa então a amizade. Ao médico, cabe o equilíbrio entre a emoção e a razão.
A vida como processo de evolução, coloca-nos sempre servindo e aprendendo. O conhecimento sobre eutanásia, bioética, clonagem, reprodução, são alguns progressos da ciência, dos quais devemos estar preparados para esclarecimentos, fortalecendo a relação e amizade. A amizade, sentimento de afeição, ternura, amparo, proteção e camaradagem, vão se aprofundando a cada consulta.
Juntos o médico cientista e o médico amigo, certamente serão as esperanças da sociedade para resgatar a medicina mais humanitária.
No dia que lembramos e festejamos o médico, reafirmamos sua atuação heróica, amiga e imprescindível à sociedade.