Autor: Célia Maria Dias Madruga (Médica Nefrologista)


Entende-se por “cuidados paliativos” segundo a Organização Mundial de Saúde (2002), como sendo ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam problemas associados com doença que ameaça a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação correta e promovendo o controle da dor, alívio de outros sintomas, suporte psíquico-espiritual e social que devem estar presentes desde o diagnóstico até o final da vida. A prática dos cuidados paliativos deriva do modelo de assistência inglesa que se desenvolviam nos antigos hospices medievais, instituições que assistiam e hospedavam os monges e peregrinos, portanto, a palavra hospice significa hospedagem. Hospice, não significa um local, mas uma filosofia que reconhece e cuida com respeito dos sofrimentos globais, isto é, do corpo, da mente e do espírito.  A equipe dos cuidados paliativos é multiprofissional formada por médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista, terapeuta ocupacional dentre outros. A relação de cada integrante da equipe é de fundamental importância na identificação das necessidades do paciente e na providência do seu bem-estar. Os cuidados essenciais promovidos pelos profissionais visam: suporte emocional (ouvir o paciente, sua família, atender suas dores, anseios e angústias); assistência espiritual (oferecer um serviço de capelania, se assim o paciente solicitar); suporte social (abranger toda a adequação do ambiente da família e do cuidador); suporte físico (realizar o controle dos sintomas, como a dor e os quadros de agitação, náuseas e vômitos); respeito à autonomia do indivíduo (atender aos desejos do paciente e adequar à assistência às suas necessidades).

A vida é dom de Deus. Seja respeitada a sua dignidade até o fim natural (Cardeal Geraldo M. Ângelo).

Os cuidados paliativos no Brasil devem ser vistos com mais atenção visando à criação de hospices, proporcionando assim uma assistência mais abrangente aos menos assistidos vitimados por doenças graves e sem chances de sobrevivência.  O resgate da medicina humanística deve ser colocado em primeiro plano pelas autoridades governamentais responsáveis na assistência à saúde.

Ao finalizar convido à reflexão da afirmação – “O sofrimento humano suscita de compaixão, inspira respeito e, a seu modo, intimida. Nele, efetivamente, está contida a grandeza de um mistério específico” (João Paulo II).

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