Por Heraldo Arcela de Carvalho Rocha
CRM 3304-PB
GASTROENTEROLOGIA – RQE Nº 3523
CLÍNICA MÉDICA – RQE Nº 3524
O câncer do intestino é uma das principais causas de morte por neoplasia em todo mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano são diagnosticados em torno de 1,8 milhão de novos casos, com cerca de 860 mil mortes em decorrência desta doença. Para o triênio 2023-2025, o INCA estima que no Brasil ocorrerão aproximadamente 45.000 novos casos por ano de câncer de intestino e reto (com uma ligeira predominância no sexo masculino), tornando-se o segundo tipo de neoplasia, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, mais frequente em ambos os sexos.
Os principais sintomas são presença de sangue nas fezes, mudança no hábito intestinal, dor abdominal persistente e perda ponderal inexplicável.
Um dado extremamente importante é que uma boa parte desses tumores colorretais pode ser evitada. Baseando-se nesta assertiva, a OMS em 2020 criou a campanha Março Azul Marinho – que alerta a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer colorretal.
No Brasil, essa campanha tem o forte apoio das entidades voltadas para o diagnóstico e tratamento dessa neoplasia, como a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e a Federação Brasileira de Gastroeneterologia.
A prevenção é um dos instrumentos valiosos na abordagem deste tipo de câncer. Inicia-se com a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, grãos integrais e pobre em gorduras, carne vermelhas e alimentos embutidos. É importante, também, não fumar e evitar o consumo excessivo do álcool. A atividade física tem um papel de destaque neste processo. Pessoas que se exercitam regularmente têm um risco menor de desenvolver o câncer colorretal, como foi comprovado por vários estudos. O controle de peso é outro aspecto fundamental. Sabe-se que a obesidade aumenta a predisposição para o câncer em tela.
Ao lado disso, é importante realizar exames preventivos, para a detecção precoce da neoplasia colorretal. A idade recomendável para esse tipo de rastreamento é de 45 anos, mesmo na ausência de sintomas, tanto para homens e mulheres. Esse screening pode ser realizado através da realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes e da colonoscopia, sendo este último, o exame de maior sensibilidade, sobretudo para o diagnóstico dos pólipos adenomatosos colorretais, que são consideradas lesões pré-cancerígenas.
As pessoas que têm histórico familiar de câncer colorretal devem começar a investigação um pouco mais cedo, de acordo com a idade que seu parente foi diagnosticado. É bom discutir tal situação com o médico-assistente.
Através dessas medidas, muitos casos de neoplasia colorretal podem ser prevenidos ou detectados precocemente, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento.