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Por Luciana Souza de Oliveira
Endocrinologista e Metabologista
CRM PB 15303 RQE 7587

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina em exercer adequadamente seu papel metabólico. Dentre os tipos de DM, o tipo 2 é o mais prevalente em maiores de 40 anos e está associado a fatores de risco como obesidade, sedentarismo e dietas não saudáveis. Suas consequências clínicas graves são geralmente detectáveis após 5 a 10 anos do início da doença.

No Brasil enfrentamos números alarmantes da doença: 1 a cada 14 pessoas acima de 45 anos e 1 a cada 5 indivíduos acima dos 65 anos convivem com a doença.

Embora até meados dos anos 90 os casos de diabetes tipo 2 fossem pouco prevalentes em crianças e adolescentes, sua incidência quase triplicou nos últimos anos. O que tem levado os mais jovens a evoluir com a doença e por que devemos nos preocupar com isso?

O aumento da prevalência é impulsionado por uma complexa interação de fatores biológicos e fatores socioambientais. Durante a infância e a puberdade, as crianças e adolescentes têm resistência fisiológica à insulina. Quando esse fator é adicionado a um estilo de vida dos indivíduos mais jovens cada vez mais sedentário (maior tempo de tela, home office, falta de atividade física) e uma dieta cada vez menos saudável, a resultante é uma maior chance de desenvolvimento de DM tipo 2.

Se hoje o diabetes limita o tempo de vida, com óbito precoce, ou a qualidade de vida daqueles pacientes diagnosticados aos meados dos 40 anos (sequelas de infarto, AVC, amputação de membros inferiores, necessidade de terapia renal substitutiva – diálise – 3 vezes na semana), o que acontecerá com a população jovem que deveria estar entrando em sua fase mais produtiva de vida, mas estará vivenciando essas sequelas?

Esse alerta precisa ser ouvido pelos médicos, pelas famílias e pelas políticas públicas. Se taparmos nossos ouvidos para esse alarme e não tomarmos medidas de saúde que mudem esses fatores de risco socioambientais dessa população, os médicos tratarão sequelas graves em pacientes cada vez mais jovens; as famílias terão que lidar com problemas de saúde cada vez mais precocemente e a sociedade terá cada vez mais custos em saúde e menos pessoas produtivas disponíveis para fazer do Brasil um país melhor.

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