Por Lunnara Saldanha
CRM-PB – 5684
Endocrinologia e Metabologia – RQE 4633

A vida da mulher é marcada por fases de intensas modificações hormonais que se correlacionam com algumas alterações metabólicas. Destas, a que se aponta como mais comum na gestação é a hiperglicemia, que deve ser rastreada na primeira consulta pré-natal.

Define-se Diabetes Gestacional (DMG) como “intolerância aos carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante a gestação, porém, não preenche critérios diagnósticos de Diabetes fora da gestação”. A prevalência do DMG está definida entre 3% a 20% das gestações, e sua incidência tem aumentado em paralelo ao aumento da obesidade na população. Além disso, outros fatores de risco se destacam, como Idade materna avançada, ganho excessivo de peso materno ou fetal, Gemelaridade, Hipertensão Arterial ou Pré-eclâmpsia na gestação atual, resistência Insulínica (hipertrigliceridemia, ovários policísticos, Acantose nigricans), Baixa estatura, DMG em gestação anterior, Intolerância à glicose prévia e História familiar de Diabetes.

Geralmente assintomática, Vários efeitos adversos têm sido associados com DMG: Pré-eclâmpsia, Polidrâmnio, Fetos grandes para a idade gestacional e macrossomia, Organomegalias fetais (hepatomegalia, cardiomegalia), Além de Traumas no nascimento, Maior prevalência de parto cirúrgico, Maior mortalidade e morbidade perinatal(Problemas respiratórios neonatais, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, policitemia). Por isso, recomenda-se que todas as gestantes sejam encaminhadas ao teste de glicemia de jejum na primeira consulta, e se o mesmo se mantiver dentro dos padrões de normalidade para a gestação (abaixo de 92mg/dl), deve-se solicitar entre 24ª e 28 ª semana de gravidez, um teste oral de tolerância a glicose (TOTG). Se o diagnóstico de DMG for confirmado, a gestante deverá ser encaminhada para um serviço de Pré natal de alto risco para vigilância de equipe multidisciplinar, com monitorização glicêmica antes e uma hora após refeições.

A maior parte das gestantes com diagnóstico de DMG, necessitará apenas de dieta e modificação de estilo de vida (combate ao sedentarismo, controle do peso) como tratamento, no entanto, quando as metas de glicemias não são alcançadas, haverá necessidade de terapia medicamentosa (Insulina ou, em algumas situações, a Metformina). Não há indicação expressa para a escolha da via do parto em virtude de DMG, e essa tomada de decisão dependerá da avaliação materno-fetal realizada pela equipe. No período pós parto geralmente as medicações são suspensas e após 6semanas um novo TOTG deve ser realizado para revisão de conduta.

Aproximadamente metade das mulheres com histórico de DMG desenvolve Diabetes tipo 2 dentro de cinco a dez anos após o parto e os estudos demonstram um aumento do risco de obesidade, hipertensão arterial e síndrome metabólica na prole. Portanto, deve-se orientar a manter alimentação equilibrada na família com incentivo à prática regular de Exercícios físicos.

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