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Por Dra Luciana Trindade

MÉDICA CRM-PB 5151

Dermatologista RQE: 2371

 

Um ano novo chega e já precisamos conversar sobre saúde. No “Janeiro Roxo”, o tema é a hanseníase. E por que será que precisamos conversar a respeito? Vejamos a seguir.

 

Alguns questionamentos surgem quando se fala sobre a hanseníase. Um deles é: “E essa doença ainda existe?” Sim, certamente que existe, e é comum no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram diagnosticados 22.773 casos novos da doença no país. Na Paraíba, em 2023 e 2024, foram diagnosticados, respectivamente, 466 e 399 casos, sendo João Pessoa o município paraibano com o maior número de diagnósticos.

 

Outra dúvida frequente: “E ela pega?” Sim, pega. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por bactéria, sendo o bacilo de Hansen o agente causador principal no Brasil. Embora não completamente esclarecida, acredita-se que a forma de transmissão mais importante seja pessoa a pessoa, através da eliminação do bacilo por alguns pacientes não tratados, durante fala, tosse e espirro. Ou seja, através das vias aéreas superiores, que são também a principal porta de entrada da bactéria no corpo.

 

“E todos pegam a hanseníase?” Por ser comum, estima-se que grande parte da população já tenha entrado em contato com a bactéria; porém, apenas 5 a 10% desenvolverão a doença. Isso devido a uma batalha imunológica que ocorre entre o corpo e a bactéria, cuja vitória relaciona-se principalmente com a genética de cada um, mas também com a qualidade da alimentação, a higiene pessoal, o tipo de moradia, e o uso de cigarro, bebida alcoólica e drogas ilícitas.

 

A hanseníase manifesta-se principalmente através de lesões na pele – manchas, placas, caroços -, únicas ou várias, e algumas podem ser dormentes. Podem vir associadas à dormência e ou falta de força em mãos e ou pés. Muito importante frisar que a doença tem tratamento e tem cura. E se o diagnóstico médico vier na hora certa, a cura poderá ocorrer sem que haja sequelas.

 

O tratamento, a depender do tipo clínico, é feito por 6 ou 12 meses, através de comprimidos recebidos uma vez por mês no posto de saúde. É possível matar a bactéria, desde que o tratamento seja feito por completo e de forma regular. Durante esse período, os pacientes podem manter a vida normalmente, convivendo com as pessoas em casa, na escola, no trabalho e precisará ter cuidados adicionais principalmente com a alimentação e com a exposição solar.

 

Minha mensagem final: precisamos ainda ter “Janeiro Roxo” e outros meses coloridos; conversar incansavelmente sobre a hanseníase e outras doenças; ter hábitos saudáveis de vida; olhar e conhecer o próprio corpo. Quem mais pode cuidar da saúde é a própria pessoa! E quanto mais conhecimento, melhor será esse autocuidado, para saber buscar ajuda na hora certa e alcançar bons resultados na batalha contra as doenças.

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