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Por Dra. Carolina Bandeira Domiciano

MÉDICA: CRM-PB 7318

Endoscopia Ginecológica: RQE 4921

 

A endometriose é uma doença ginecológica crônica, benigna, estrogênio-dependente e multifatorial, que afeta principalmente mulheres em idade reprodutiva. Pode ser definida pela presença de glândula endometrial e/ou estroma fora do útero, predominantemente, embora não exclusivamente, na pelve feminina.

 

Estima-se que cerca de 8 milhões de mulheres sejam acometidas pela doença no Brasil. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública que impacta a qualidade de vida, a doença afeta 180 milhões de mulheres no mundo.

 

Uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da endometriose, de acordo com o Ministério da Saúde, gerando custos diretos e indiretos aos sistemas de saúde devido à redução da produtividade, além de sofrimento físico e psicológico, secundário à dor e à infertilidade, com consequente perda da qualidade de vida.

 

Os fatores de risco, desde a adolescência até́ à idade adulta, incluem principalmente um ciclo menstrual curto, baixo índice de massa corporal e baixa paridade. Alguns sintomas indicam que a mulher pode ter endometriose, entre eles, a cólica menstrual forte, dor na relação sexual, dor entre as menstruações, infertilidade, dor ao defecar ou ao urinar. Os sintomas podem surgir logo após as primeiras menstruações, mas se intensificam geralmente entre 25 e 35 anos.

 

O conhecimento das distribuições populacionais, das manifestações da doença e dos fatores de risco é limitado aos dados de mulheres, nas quais a endometriose foi diagnosticada com sucesso, porém estudos demonstram que demoram de sete a oito anos para se chegar ao diagnóstico, desde o início dos sintomas. Esse fato, permite o avanço da doença com maior comprometimento de órgãos e diminuição da qualidade de vida das pacientes acometidas.

 

As apresentações da endometriose variam desde lesões peritoneais superficiais de cor variadas, até́ cistos nos ovários (endometrioma), nódulos com profundidade de penetração superior a 5 mm (endometriose profunda), muitas vezes acompanhada de aderências e lesões extrapélvicas.

 

A doença não tem cura definitiva, mas os tratamentos podem permitir uma melhor qualidade de vida, sendo fundamentada em exercícios físicos e alimentação saudável. Dentre eles, a cirurgia minimamente invasiva é uma opção, que oferece benefícios significativos, seja por via laparoscópica ou assistida por robô. Ela é uma abordagem inovadora que visa tratar a endometriose com menor impacto no corpo da paciente. Os benefícios dessa técnica incluem: uma recuperação mais rápida, menor tempo de internação, cicatrizes reduzidas, e principalmente, uma melhoria na qualidade de vida das mulheres acometidas pela endometriose.

 

Deve-se lembrar que um dos caminhos para melhorar a saúde feminina, é o avanço contínuo da pesquisa sobre a doença e das técnicas de cirurgia minimamente invasiva.

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