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Por Constantino Giovanni Braga Cartaxo
Pediatria, Professor Associado III DPG UFPB
CRM 3823
Pediatria – RQE Nº: 7033

A bronquiolite é o processo inflamatório do bronquíolo de etiologia infecciosa ou não. Em pediatria, na maioria dos casos, tem etiologia viral, associado aos resfriados. Dentre os agentes etiológicos, destacam-se o vírus sincicial respiratório, o adenovírus. Outros agentes virais são o rinovírus, os influenza vírus A e B, para influenza, Metapneumovírus, coronavírus e Bocavírus. Dentre os agentes bacterianos, o Micoplasma pneumoniae é importante agente podendo confundir com sintomas virais fora do trato respiratório como conjuntivite, exantema, mialgia com ou sem miosite.

 

Do ponto de vista funcional, a bronquiolite viral aguda se caracteriza por intenso edema bronquiolar, descamação da via aérea e hipersecreção com obstrução da via aérea distal, com hiper insuflação simétrica em ambos hemitórax. De evolução favorável, as lesões anatomopatológicas acentuam-se nos 10 a 15 dias, com melhora progressiva em até 30 dias. Casos de bronquiolite viral aguda que evoluem com necrose do parênquima pulmonar, podem determinar complicações graves, com fibrose, bronquiectasia e persistência de sintomas e disfunção respiratória de evolução incerta.

 

O curso clínico da bronquiolite, tem como característica principal a ocorrência de sinais de infecção de via aérea superior, gripal, com insuficiência respiratória progressiva e sibilância que se acentua até o sétimo ao décimo dia de doença, na maioria dos casos. A partir daí, ocorre estabilização e melhora progressiva até o décimo quarto ou vigésimo primeiro dia da doença. Sintomas sistêmicos como ocorrência de mialgia, exantema, aftas orais, hematúria, sinais neurológicos periféricos de redução da força muscular ou de encefalite ou Síndrome de Guillain-Barret, podem sugerir a etiologia viral que pode ser confirmada com exames direcionados a identificação do agente como sorologias ou painel viral realizado em swabs nasais ou de orofaringe.

 

Em nosso meio, a identificação de vírus determinantes de infecções de vias aéreas superiores gripais, bronquiolopatias e algumas pneumonias, têm demonstrado predominância dos vírus Sincicial Respiratório, Influenza B e adenovírus embora tenham sido detectados Bocavírus e Metapneumovírus em alguns pacientes. Não é infrequente a associação de vírus como o Sincicial Respiratório com adenovírus ou com bactérias como Pneumococos.

 

Apesar de se reconhecer adequadamente a fisiopatologia da doença, o tratamento da bronquiolite é direcionado para correção da hipóxia observa nos pacientes com uso de oxigenioterapia na forma de cateter nasal, máscara de Venturi ventilação não invasiva e uso de alto fluxo. Tais medidas dependem da intensidade da hipóxia presente. A ventilação mecânica, tem sido utilizada em poucos casos.

 

Broncodilatadores, adrenalina, antivirais, corticosteroides e nebulização hipertônica, têm sido estudados como terapias adjuvantes à oxigenioterapia, mas, ainda com resultados incertos e variáveis dentre os pacientes.

 

Considerando ser afecção sazonal, acompanhando os períodos de inverno ou de chuva, medidas de higienização das mãos com água e sabão, isolamento social de casos acometidos, uso de máscara, restrição de permanência em ambientes fechados, mal ventilados e com pouca luminosidade devem ser prescritas e orientadas para todos os pacientes de forma preventiva, bem como a manutenção de calendário vacinal atualizado, com uso de vacinas para influenza e de uso de anticorpo antivírus sincicial respiratório esse último, nos casos já definidos na literatura.

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