Autor: Sebastião Aires de Queiroz (Médico da USF Mangabeira VII – C) – queirozayres@uol.com.br
Quero amor, quero respeito
E repilo o preconceito
E a vil discriminação.
Não quero ser humilhado,
Ofendido e rejeitado
Só porque sou um ancião (ã)
Pela família lutei,
E por ela laborei
Ao longo de minha vida.
Não quero agradecimento
Mas só reconhecimento
E hospitaleira acolhida.
Ao exercer uma profissão,
Sempre agi com correção
Perante a sociedade.
Minha contribuição,
Para o bem desta nação
Foi da melhor qualidade.
Trabalhei de sol a sol,
Em benefício ou em prol
Da grandeza do Brasil.
Bem mereco a regalia
De uma aposentadoria
Ou de pensão menos vil.
Não roubei, não saqueei ,
Jamais me locupletei
Das riquezas do país.
Sempre paguei meus tributos
Com quais, muitos corruptos
Formaram bandos, covis
Não gosto de truculência,
Nem aceito violência,
Maus-tratos e humilhações.
Não quero ser enganado,
Nem tão pouco cortejado
Com hipócritas louvações.
Após tantos sacrifícios,
Faço jus a benefícios
Médicos e sociais.
E quero gratuidade
Nos transporte da cidade
E nos interestaduais.
Nos eventos culturais,
Ingressos especiais
São direitos dos idosos.
Fiz muito por merecer,
O desfruto do lazer
E de “hobby” prazerosos.
Na ocorrência de pendência
Eu devo ter preferência
Em sua tramitação.
Pra ganhar ou pra perder,
Devo sempre merecer
Celeridade na ação.
Nos estacionamentos
Dos estabelecimentos,
Oficiais ou privados,
Eu tenho direito a vagas,
Ainda que sejam pagas
E me custem alguns trocados.
Idosos sempre carecem
E de todos nós merecem
Apreço e veneração.
Dedicaram suas vidas
Às pessoas mais queridas
Que lhes devem gratidão.
Às vezes, ninguém pressente
Quanto o idoso é tão carente
De amor, carinho e atenção.
Que é um maior abandonado
E, não raro, relegado
A uma infeliz solidão.