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Autor: Aucélio Melo de Gusmão (Presidente – Unimed João Pessoa)


É típico da cultura brasileira a cobrança ou exaltação da atenção, manifesta
na expressão: “Sabe com quem está falando?”.

Nesse espaço cabem três personalidades diferentes. As pessoas realmente
importantes, aquelas que foram importantes, elite sem poder e as que parecem
ser – os oportunistas.

A propósito, em viagem recente, duas mulheres viajavam em poltronas vizinhas
e conversavam entusiasmadamente sobre novela televisiva, cujo título era
CELEBRIDADE. Os personagens e suas atitudes eram discutidos como se fossem
da vida real, recebendo censuras ou elogios.

Imaginei então o peso da imagem televisiva e sua influência na maneira de
pensar e agir das pessoas, nos comportamentos, na própria educação.

Antigamente, quando uma pessoa era “celebridade”, tratávamo-na como
detentora de fama, destaque, prestígio, realce, personalidade. A idéia
limitava-se a distinguir méritos efetivos.

Hoje, sem escrúpulos, já se define como “o resultado máximo que se consiga,
numa sociedade que faz da competição uma vida de fetiche, onde não importa
ser o melhor, mas parecer ser e ganhar”.

Para vencer, alguém precisa ser, se mostrar, demonstrar, fazer com que o
reconhecimento resida na exibição, na comprovação. O célebre de fato, muitas
vezes, é meio chato. Não devia, até pela superioridade que detém.

O falso célebre, esse é intolerável. Mente, engana, falseia, tira proveito.
Vez por outra é pilhado, o que o afeta muito pouco, pois sua personalidade
não alberga meios e sim objetivos.

Para ele não importa ser ou ter sido. O relevante é ter visibilidade.
Celebridade inclusive cobra certo grau de mundanidade, submissão às opiniões
e avaliações, bem como idolatria a si próprio pelos outros.

Por fim, o ex-célebre. Esses são difíceis de relacionamento. O reinado se
foi, a majestade, não. Não abre mão da referência, nem da celebração. Há
quem chame de “elite sem poder”. Duro final.

Certo fica não haver regra para a celebridade. Ser célebre não é fácil.
Precisa do reconhecimento e este se estende da verdade à mentira.

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