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Autor: http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/

Veiculação: http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/


O infarto sempre esteve associado à velhice, uma doença que teria como vítima predileta quem já passou dos 60 anos. Puro engano, sobretudo no Brasil. A freqüência de ataques do coração entre brasileiros com menos de 55 anos é 40% maior que a média no resto do mundo. E pior: nessa faixa etária o infarto tende a ser fulminante. Isso ocorre porque o coração ainda não viveu o suficiente para criar a chamada circulação colateral – uma rede de pequenos vasos que se forma com a idade e serve de caminho alternativo para a irrigação sanguínea. “Os mais jovens não devem ignorar os riscos das doenças cardíacas”, diz o cardiologista paulista Leopoldo Piegas. As atenções dispensadas ao músculo cardíaco devem começar ainda na juventude. Os primeiros controles preventivos do coração são recomendados a partir dos 20 anos .

Lento e silencioso – O infarto é conseqüência de um mal de evolução lenta e silenciosa. Erroneamente, muitos acreditam que seria suficiente levar uma vida saudável para manter o coração funcionando bem. Obviamente, fugir dos fatores de risco é um cuidado essencial nesse caso. Mas não basta. É preciso ter em conta outros fatores, como os genéticos. Homens e mulheres com histórico de infarto na família devem redobrar a atenção. Era o caso de Luís Eduardo, cujo pai sofre de problemas cardíacos. “Ninguém está livre de sofrer um infarto”, afirma o cardiologista Mário Maranhão, professor da Universidade Federal do Paraná. “De cada dez problemas cardíacos, três não estão relacionados a nenhum fator de risco”, completa o médico Maurício Wajngarten, do Instituto do Coração.

O controle dos fatores de risco e os exames periódicos reduzem em mais da metade o perigo de um infarto.

Em apenas uma hora é possível fazer um check-up completo do coração. São três os exames. O eletrocardiograma mede o ritmo dos batimentos cardíacos por intermédio de eletrodos colados ao peito do paciente. Há também o ecocardiograma, um ultra-som que fornece imagens do coração em pleno funcionamento. O mais sofisticado é a cintilografia do miocárdio.

O paciente ingere uma solução que percorre todos os vasos do organismo. Na tela de um computador, os médicos acompanham a irrigação sanguínea do coração. O check-up pode ser feito com o paciente em repouso ou se exercitando numa esteira ou bicicleta ergométrica. O segundo caso serve para analisar o funcionamento do músculo cardíaco numa situação-limite. É indicado especialmente para pessoas sedentárias que queiram iniciar algum tipo de atividade física ou esportiva. Infelizmente, menos de 10% das vítimas potenciais de um infarto, pelas contas da Sociedade Brasileira de Cardiologia, submetem-se aos exames cardíacos. Muitas vidas poderiam ser salvas se esse número fosse maior. Hoje, os métodos mais modernos de avaliação do coração detectam uma insuficiência coronariana em mais de 80% dos casos. Com isso, se necessária uma intervenção cirúrgica, as chances de sucesso chegam quase a 100%.

A batalha contra o infarto é também uma guerra contra o relógio. “Tempo é músculo”, costuma definir João Fernando Ferreira, médico do Instituto do Coração e chefe do Pronto Socorro de Cardiologia do Hospital São Luiz, em São Paulo. Quanto mais o coração fica sem receber sangue oxigenado, maiores são as áreas lesadas. Depois de seis horas sem oxigênio, o tecido do músculo cardíaco morre. Os danos podem ser irreversíveis e, até, fatais. Quanto mais rápido for o atendimento, melhor.

De cada 100 pacientes atendidos na primeira hora depois do início do infarto, 91 sobrevivem. Uma outra valiosa dica médica é ficar de olho nos sinais clínicos disparados pelo coração. A dor é o principal deles. Mais importante que o lugar onde dói é quanto dói. Um aperto forte, constritivo, e persistente no peito é sintoma de infarto. A dor costuma aparecer em lugares esdrúxulos, em se tratando do coração. Pode doer o estômago – e a pessoa imagina problemas gástricos. Pode doer a mandíbula – e o doente pensa logo em consultar um dentista. Daí, a importância do check-up rotineiro.

O CHECK-UP NO BRASIL

 

–              No ano passado, o número de brasileiros que se submeteram a um check-up aumentou 30% em relação a 2000.

–              80% dos check-ups são financiados pelas empresas onde os pacientes trabalham.

–              85% dos pacientes são homens

–              51% são sedentários

–              64% estão acima do peso

–              68% exageram no consumo de gordura animal, a mais perniciosa à saúde.

–              74% ingerem diariamente menos carboidratos do que deveriam

–              Os homens têm, em média, 28% de gordura corporal – o ideal seria, no máximo, 18%.

–              As mulheres, 32% – O recomendável é não ultrapassar os 27%

 

Exames que salvam

 

Doenças cardiovasculares

Na última década, graças aos exames preventivos, o número de infartos fatais em homens e mulheres entre 40 e 59 anos caiu 10%.

 

Câncer de próstata

Entre 70% e 90% dos tumores malignos de próstata podem ser curados quando detectados precocemente por meio da associação do exame de toque retal com a dosagem da proteína PSA.

 

Câncer de mama

Nos últimos 10 anos, com a popularização da mamografia, houve uma queda de 30% nas mortes por câncer de mama.

 

Câncer de intestino

A descoberta de lesões intestinais no início de seu desenvolvimento diminui em 30% a mortalidade por câncer de intestino

 

Câncer de útero

O risco de  morte por câncer de útero cai 80% com a realização anual do exame papanicolau.

 

Diabetes

A medição regular das taxas de açúcar no sangue reduz em 50% a ocorrência de complicações causadas pelo diabetes tipo I.

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