Uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) exige que cada hospital deve ter no mínimo 4% dos leitos dedicados a Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Esse percentual não é atendido na maioria dos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), José Maria da Costa Orlando. Na Paraíba, segundo a coordenadora da UTI Geral do Hospital Unimed, na Capital, Yuzeth Nóbrega de Assis, existem apenas 124 leitos, o que representa um número muito pequeno em relação aos atendimentos. José Maria da Costa Orlando diz que há estados como São Paulo em que o percentual já supera os 5% dos leitos hospitalares dedicados às UTIs, mas ainda são poucos. No âmbito particular, segundo Orlando, essa porcentagem pode chegar a 35%. O presidente da Amib diz que atualmente a experiência mundial aponta que um hospital geral de complexidade secundária deveria ter pelo menos de 7% a 10% de leitos de UTI em relação ao número total de leitos. A recomendação mínima, de 4% dos leitos dedicados às UTIs, está totalmente defasada, segundo o presidente da Amib. “A meta de 4% determinada pela OMS é da década de 80, quando a demanda por UTIs era menor”, afirma o dirigente. No mês passado, médicos intensivistas de todo o Brasil discutiram o processo de mudança no atendimento aos pacientes internados nas UTI’s durante o 6º Congresso Norte-Nordeste de Medicina Intensiva, realizado em João Pessoa. O evento reuniu mais de 2,5 mil participantes. Na oportunidade, foram discutidos temas como critérios para a admissão e permanência de enfermos nas UTIs. “É preciso dar mais rotatividade às UTI’s e também aumentar o número de leitos”, disse Yuzeth Nóbrega de Assis. Como fatores para o crescimento pela procura de UTIs, José Maria cita o aumento do número da população idosa, a violência urbana, a complexidade das cirurgias e o a realização de mais transplantes. “Houve naturalmente um enorme crescimento das necessidades de leitos de UTIs, que não podem mais ser contemplados por uma porcentagem de 4%. A tendência mundial é o crescimento cada vez maior da UTIs”. Desafogar – Para o presidente da Amib, uma das alternativas para resolver a demanda por UTIs no país seria a abertura de unidades intermediárias, que poderiam absorver os pacientes depois de sua passagem pelas Unidades de Terapia Intensiva. Isso, segundo ele, ajudaria a desafogar a demanda das UTIs, porque os médicos teriam mais segurança em dar alta a um paciente sabendo que ele estaria melhor tratado que em uma enfermaria, por exemplo. “Se o médico fica preocupado em dar alta para um paciente que melhorou, mas sabe que ele vai para uma enfermaria e lá as condições não são as melhores, ele acaba segurando o paciente internado na UTI, que fica com uma taxa de ocupação muito alta e acaba dificultando a absorção de outros pacientes”, explica. Veículo: Portal Correio

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