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Por Dra. Elen Lima de Souza Oliveira
CRM: 6571-PB
Dermatologia – RQE Nº: 3976

Janeiro é o mês mundial de combate à hanseníase. No Brasil, nesse mesmo período, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza sua campanha anual o JANEIRO ROXO, que tem por objetivo conscientizar, desmistificar, trazer informações e tirar os estigmas e preconceito que essa doença ainda promove nas pessoas, tanto da população leiga em geral, quanto dos profissionais de saúde.

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo mycobacterium leprae, o bacilo de hansen, possui um longo período de incubação podendo chegar até 20 anos em alguns casos, e tem predileção pelo acometimento da pele e nervos periféricos. As manifestações clínicas cutâneas são variadas, desde apenas áreas de alteração na sensibilidade, simples manchas esbranquiçadas ou vermelho acastanhadas, também acompanhadas de redução ou perda da sensibilidade, inicialmente térmica, depois tátil e, por fim, a dolorosa. Os pacientes com as formas mais graves da doença podem apresentar ainda caroços na pele, inchaço, dormência, formigamento, redução da força muscular e acometimento sistêmico. Infelizmente muitos casos são diagnosticados tardiamente e os doentes podem evoluir com complicações e sequelas que levam a deformidades, principalmente nas mãos e nos pés, além de feridas que não cicatrizam e dor nos nervos dos braços e pernas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos da Hansen. Portanto é motivo de grande preocupação, pois mesmo sendo uma doença tão antiga, anteriormente denominada de lepra, e dispondo atualmente de acesso à informação e recursos para combatê-la, a disseminação persiste, causando prejuízo, físico, emocional e financeiro a milhares de pessoas e suas famílias.

O Janeiro Roxo tem portanto a função de alertar, lembrar à população que essa doença ainda existe, mas que possui tratamento específico, gratuito pelo SUS, e que se diagnosticada precocemente por um médico qualificado, a cura é possível e sem qualquer sequela. A campanha da SBD também combate o preconceito e a discriminação dos portadores da Hansen, pois apesar da transmissão acontecer pelo ar, é necessário um contato íntimo e prolongado com o doente. Cerca de 90% da população possui um sistema de defesa natural contra a bactéria. Práticas como um abraço, aperto de mão, estar no mesmo ambiente não conferem risco para pegar a Hansen.

Se você conhece alguém que não sente alguma parte da pele ou tem manchas dormentes, alerte sobre a importância de procurar ajuda médica o quanto antes. Vamos juntos erradicar a Hanseníase do Brasil.

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