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Conselho Regional de Medicina

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Dr. João Modesto Filho
Médico: CRM-PB 973
Endocrinologia e Metabologia: RQE 1026

A forte epidemia de Diabetes tipo 2, que está intimamente relacionada com o aumento da obesidade, mostra ser crucial compreender as interações entre estilo de vida (hábitos alimentares, sono, atividade física) e o desenvolvimento da doença no sentido de poder implementar políticas para sua prevenção. Recente estudo inglês apresentado há poucos dias no Congresso Francês de Diabetes mostrou novos dados relativos a dieta, diabetes e duração do sono. Foi um estudo baseado em banco de dados do Reino Unido, que teve duração média de acompanhamento de 12,5 anos e envolveu 247.867 pessoas.

Essas pessoas foram divididas em 4 grupos de acordo com o tempo de sono (normal: 7 a 8 horas por dia), ligeiramente curto (6 horas por dia), moderadamente curto (5 horas por dia), extremamente curto (3 a 4 horas por dia) mostrou resultados até então pouco avaliados. Junto à duração do sono, hábitos alimentares foram pesquisados e permitiram a obtenção de uma pontuação que variava de 0 (alimentação não saudável) a 5 (alimentação balanceada). A idade média dos pesquisados foi de 55,9 anos, sendo 52,3% mulheres. Durante o acompanhamento, 3,2% dos indivíduos desenvolveram diabetes tipo 2. O risco relativo de desenvolver esse tipo de diabetes aumentou para indivíduos com um tempo de sono de 5 horas por dia e indivíduos com tempo de sono de 3 a 4 horas por dia em comparação com indivíduos que dormiam de 7 a 8 horas por dia.

Quanto à dieta, pacientes com uma pontuação alimentar elevada, refletindo uma dieta saudável, reduziram o risco de desenvolver a doença. O risco aumentado de desenvolver diabetes com sono curto persistiu mesmo com uma pontuação alimentar elevada. Nesse sentido, tivemos como resultado que o sono curto aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, mesmo com uma dieta saudável. Por fim, observa-se que o diabetes é uma doença extremamente heterogênea e que pesquisas sejam cada vez mais informativas a fim de que possamos ter dados que possam ser aplicados para melhorar a qualidade de vida e, com isso, buscar meios preventivos mais eficazes.

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