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Conselho Regional de Medicina

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Por Dr. João Modesto Filho – CRM 973/PB
Presidente do CRM-PB

Desde há muito, estudos estão sendo desenvolvidos para pesquisar as relações entre má qualidade de sono e inúmeras patologias, particularmente as degenerativas. Já foi demonstrado que a qualidade do sono varia com a idade e seu declínio afeta de forma particular e negativa os idosos, muitos dos quais encontram dificuldades para entrar na fase do sono conhecida como de “ondas lentas”. Como exemplo, é durante essa fase que é produzido a maior parte da secreção do Hormônio do Crescimento. Assim, uma alteração na produção desse hormônio pode provocar perda óssea através de sua menor secreção. Mas, existem ainda outros fatores que são deletérios para a massa óssea e, consequente, para o desenvolvimento da osteoporose.

Nesse sentido, além da alteração do Hormônio do Crescimento, a influência dos fatores genéticos, o avançar da existência, a ingestão insuficiente de cálcio, os níveis inadequados de vitamina D e a inatividade física têm um impacto negativo na massa óssea. Por seu turno, um bom sono se associa a múltiplos benefícios em vários sistemas, como o imunológico, enquanto suas alterações são prejudicais para o controle do diabetes, da hipertensão arterial e da obesidade, além de se associarem com aumento do risco cardiovascular e de uma maior mortalidade. Dessa forma, e especificamente, uma má qualidade do sono afeta o metabolismo ósseo e a densidade mineral óssea através de distintos mecanismos, que ainda incluem o ritmo da formação e da reabsorção óssea, e de alguns hormônios, como o já citado Hormônio do Crescimento, o Cortisol, a Tiroxina e os Hormônios Esteroides, estes provenientes das gônadas (testículos e ovários).

Outros fatores, como inflamação e estresse oxidativo e aumento do tônus simpático, além do uso de sedativos, presença de apneia obstrutiva do sono e algumas comorbidades, como hipogonadismo e resistência à insulina, contribuem para a perda da massa óssea. É conhecido que o ritmo circadiano – nosso relógio biológico – influencia os marcadores da remodelação óssea e, mesmo a melatonina, é benéfica para a massa óssea, pois aumenta a atividade das células que formam o osso e diminui as que o destrói. Relembrando que a melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal e tem como principal função regular o ciclo circadiano, estimulando o sono ao final do dia. Sua produção diminui com o envelhecimento e, também por isso, os distúrbios do sono são mais comuns nos idosos. Por fim, procurar otimizar as horas de sono pode ajudar a retardar a perda óssea resultante da sua alteração e das mudanças do ritmo circadiano. Não à toa, e com as devidas proporções, muitos afirmam que dormir bem é tão importante como respirar e se alimentar.

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