V ENCONTRO ÉTICO CIENTIFÍCO DO CRM-PB debate a ortotanásia com segmentos da sociedade A resolução aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 09/11, que permite à aplicação da ortotanásia no Brasil chamou a atenção das mais de 250 pessoas entre profissionais, estudantes de Medicina e de Direito que participaram do V Encontro Ético Científico do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). O evento foi realizado nos dias 14 e 15 deste mês, e antecedeu a solenidade de inauguração da nova sede da entidade. O polêmico tema da ortotanásia debatido no painel “Aspectos Éticos da Terminalidade da Vida” teve como conferencista o professor Roberto Luiz D’ Ávila, corregedor do CFM; e painelistas o Arcebispo da Paraíba dom Aldo Di Cillo Pagotto; o emérito professor paraibano Genival Veloso de França, e do advogado, George Salomão (OAB-PB). “O assunto é mórbido, mas é necessário conversarmos sobre a morte”, disse o representante do CFM na abertura de sua palestra. Para Roberto D’Avila a ortotanásia significa apenas morrer com dignidade, sem dor, sem tortura. “Hoje, um doente em fase terminal recebe, em média, mais de 170 procedimentos. Isso significa que nós, médicos, não estamos salvando vida, mas sim, prolongando a morte com dor e sofrimento para o paciente, para a sua família e para seus amigos”, enfatizou. Segundo ele, no Brasil, 70% das mortes ocorrem nos hospitais, das quais 35% nas unidades de terapias intensivas. O arcebispo da Paraíba se manifestou favorável à resolução do Conselho Federal de Medicina sobre a prática da ortotanásia, durante o painel sobre a “Terminalidade da Vida na Visão da Igreja”. Segundo ele, “o respeito pela vida humana passa, necessariamente, pelo respeito ao direito de morrer com dignidade”. Dom Aldo Pagotto disse que a ortotanásia não deve ser confundida com a eutanásia (prática que se procura abreviar, sem dor, a vida de um doente incurável), prática condenável em todos os seus aspectos pela Igreja. O advogado George Salomão, representante da OAB, que abordou o tema “Terminalidade na Vida na Visão do Jurista”, disse que a prática da ortotanásia é totalmente compatível com o Código Penal, no plano constitucional. Segundo ele, apesar da polêmica por se tratar de um conflito jurídico, a resolução do CFM deve encontrar pouca resistência. Para o renomado professor Genival Veloso de França que abordou o tema sobre “Terminalidade da Vida na Visão do Médico”, disse que os médicos mais antigos sabem que morrer é uma obrigação, mas morrer com dignidade é um direito de todos. Há mais de 30 anos estudioso sobre o tema em questão, o professor Genival Veloso revelou que tem posição firmada sobre a ortotanásia. O V Encontro Ético Científico também discutiu outros temas relevantes, a exemplo do “Alivio da Dor e Cuidados Paliativos do Paciente Terminal”, pelo médico Guilherme Antonio Moreira Barros; “Recertificação do Título de Especialista”, Antonio Gonçalves Pinheiro; “A Medicina do Trabalho na Paraíba”, Ivan Lins Modesto; além do lançamento do livro “Manual de Orientações Genéricas para aplicação na Medicina do Trabalho”, do especialista Ivan Modesto, primeiro médico paraibano a se dedicar sobre a Medicina do Trabalho. Inauguração da nova sede do CRM-PB Nem mesmo a chuva fina que teimava em cair tirou o brilho da festa de inauguração da nova sede do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, cuja solenidade (15/11), reuniu as mais expressivas lideranças médicas do país, a exemplo do presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade; do presidente da Associação Médica Brasileira; José Luiz Gomes do Amaral, e do presidente da Federação Nacional dos Médicos, Eduardo Santana. A cerimônia foi aberta com a execução do Hino Nacional, pela cantora Amelinha acompanhada na flauta pelo médico e músico, José Augusto Maropo. Em seguida, houve discursos do tesoureiro do CFM e conselheiro federal pela Paraíba, Genário Barbosa, do presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, e do presidente do CRM, Dalvélio de Paiva Madruga, além dos médicos Mário Toscano, representando o prefeito Ricardo Coutinho, e Geraldo Almeida, o governador Cássio Cunha Lima. A Casa dos Médicos funciona na Avenida Pedro II, 1335, centro/João Pessoa. O prédio abrigou durante anos a sede da Associação Atlética Banco do Brasil e, segundo o arquiteto Gilson Guedes, projetista que deu formas e cores a sede do CRM teve uma característica toda peculiar: pois preservou um dos espaços mais nobres da antiga sede da AABB: o salão de danças – parada obrigatória da sociedade pessoense nas décadas de 70 e 80. O salão foi transformado em um grande saguão e servirá, entre outras coisas, de ponto de apoio para as pessoas que vão utilizar o auditório. Além de 01 auditório com 185 lugares, a sede do Regional abriga um setor cultural com área de apoio à pesquisa científica; biblioteca de imagem e som e sala de multimídia; sala de atendimento personalizado e um amplo estacionamento. Uma das preocupações do Conselho foi que o projeto contemplasse os portadores de deficiências físicas com acessos práticos e eficientes interligando todos os setores e departamentos da nova sede do CRM. “Mais que um prédio, mais que uma bonita obra, a nova Casa dos Médicos é um reflexo do trabalho incansável de todos os conselheiros que fazem o CRM-PB”, declarou o presidente do Conselho, Dalvélio de Paiva Madruga, ao agradecer a dedicação e o empenho do presidente e do tesoureiro do CFM, Edson Andrade de Oliveira e Genário Alves Barbosa. Dalvélio Madruga também fez questão de lembrar a participação do ex-presidente do CRM, João Modesto, e do secretário-geral, Marcelo Queiroga. “Sem a iniciativa e a participação dos dois conselheiros talvez, hoje, não teríamos uma nova sede”, destacou. “Sem a benevolência e o apoio desses dois, jamais teríamos construído uma obra dessa envergadura. Genário Barbosa como representante da Paraíba no CFM e Edson Andrade como um líder nato dos médicos brasileiros foram de fundamental importância na construção desse marco para os médicos paraibanos”, destacou Dalvélio em seu discurso. Para o presidente do CFM, Edson Andrade, o momento não é apenas de comemoração de estruturas, mas de espírito de comunhão por um Brasil melhor. “Estamos dando nossa contribuição para fazer acontecer uma medicina de qualidade, pois esse é o nosso compromisso com a profissão que abraçamos. Nós, médicos, somos abençoados porque fazemos o bem a todos indistintamente e todos os dias”, destacou em sua fala.

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