5 de outubro de 2011

O Ministério da Saúde alertou o Estado de uma possível epidemia de dengue no verão do próximo ano. A gerente executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Júlia Vaz, informou que o órgão já deu início ao planejamento das ações de combate e prevenção da doença em todos os municípios paraibanos, identificando as áreas críticas e elaboração de um novo Plano de Contingência. Até 4 de dezembro do ano passado, segundo o último boletim da SES, foram confirmados 5.541 casos de dengue, com quatro óbitos. Este ano, a SES já registrou 7.433 casos confirmados de dengue no Estado e sete óbitos, um aumento de 34,15% em relação a dezembro do ano passado.

Os números dos casos graves da doença também aumentaram este ano. De janeiro ao começo de dezembro, a SES registrou 59 casos de Dengue com Complicação, enquanto que este ano o número quase dobrou, com 114 confirmações de DCC. Já o número de casos de Febre Hemorrágica da Dengue teve um aumento de 229,63%, passando de 27, no ano passado, para 89 este ano. Ainda de acordo com o boletim de dezembro do ano passado, em 2009 os casos confirmados da dengue totalizaram 864, sendo três de DCC, nove de FHD e com apenas um óbito.

Júlia explicou que a primeira etapa é mapear os pontos de risco nos 16 municípios prioritários, através da elaboração do programa Vigilância Entomológica do Aedes aegypti no Brasil (LIRAa). Amanhã, os representantes das cidades estarão na sede da SES para participarem de oficina de elaboração do LIRAa. “O Estado já está se preparando para enfrentar e combater a dengue. O LIRAa será feito ainda este mês”, afirmou. Ela ainda contou que o Estado já está desencadeando ações conjuntas com os municípios.

A gerente da Vigilância de Saúde Ambiental do Estado, Djanira Lucena, explicou que os 16 municípios prioritários devem fazer o LIRAa quatro vezes ao ano para identificar o Índice de Infestação Predial (IIP) e ter o controle das áreas de risco. Além do LIRAa, os municípios devem apresentar um Plano de Contingência para o próximo ano. “Estamos nos preparando e chamando a responsabilidade dos municípios, não apenas os gestores, mas principalmente da população, que deve ser sujeito nas ações de vigilância”, explicou.

Djanira disse que o verão é uma época propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. “Todos os anos o MS alerta sobre os perigos de uma epidemia nessa época, pois o clima é favorável para o mosquito: chove e tem clima quente”, contou. Para enfrentar a estação, Djanira disse que os municípios devem buscar realizar ações além daquelas de rotina. “É necessário que todos fiquem em alerta. A prevenção continua a mesma: eliminar os mosquitos e seus criadouros”, completou.

 Falta de sintoma induz automedicação

Segundo o infectologista Evanísio Roque, ultimamente muitos pacientes não apresentam claramente os sintomas da dengue. “É aí que mora o perigo. Pois o paciente pensa que se trata apenas de uma virose e acaba se automedicando, muitas vezes com medicamentos que contêm o ácido acetilsalicílico. Isso agrava bastante o caso e traz complicações”.

Evanísio explica que esse mascaramento dos sintomas acontece porque quando o paciente é infectado pela primeira vez, o próprio organismo cria imunidade para aquele sorotipo. “Se ele contrair a doença outra vez, alguns sinais podem não aparecer. Por isso, é sempre importante procurar o médico diante de qualquer enfermidade”, adverte.

O infectologista alertou ainda que à medida que o paciente é infectado pelo vírus da dengue pela segunda ou terceira vez, a chance é maior de pegar o tipo mais severo da doença, a FHD. “Por isso, se realmente houver uma epidemia nos próximos meses, o número de mortes pela doença também deve aumentar consideravelmente”, disse.

Fonte: Correio da Paraíba

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