Pacientes tiveram de enfrentar fila para remarcar consultas médicas ontem no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU), com a volta dos serviços de atendimento ao público, após três meses de greve dos servidores das universidades federais. De acordo com a superintendência do estabelecimento hospitalar, doze mil pacientes que estavam com consultas médicas agendadas, entre 1º a 20 de junho, têm prioridade nos atendimentos ambulatoriais. Os demais pacientes que necessitarem marcar consulta devem fazer pela Central de Regulação, através dos PSFs. O superintendente do HU, João Flávio Paiva, informou que às cirurgias serão dadas prioridades àquelas cujo grau de enfermidade é mais elevado. Ele lembrou que o hospital entrará em contato com os pacientes que estão nas listas de espera, para se submeterem às intervenções cirúrgicas. Paiva destacou que durante a greve houve redução das cirurgias, cuja média mensal é de 300. Segundo ele, em junho, julho e agosto a média mensal manteve-se em 100 cirurgias. A operadora de telemarketing, Gisleide de Andrade Pinto, 26 anos, foi uma das inúmeras pessoas que teve de encarar a fila para agendar uma consulta ontem no HU. \”Vim remarcar no dia 11/06 e estava em greve. Agora, vou tentar novamente para ver se consigo\”, afirmou a mulher moradora de Cabedelo. Ela chegou ao hospital às 6h20 e às 8h50 ainda não havia sido atendida. Contou que para chegar cedo ao HU teve de sair de casa às 5h30. A dona-de-casa Girlene Pereira de Luna, 36 anos, cumpriu uma jornada ainda maior. Ela saiu de casa às 4h30 e chegou ao hospital às 6h30, mas até às 9h ainda não havia sido atendida. \”Isso é uma tristeza, é sofrimento para pobre\”, desabafou a mulher, que sofre de hepatite do tipo C. Girlene, que mora em Sapé, disse que veio do Rio de Janeiro para iniciar o tratamento em João Pessoa. \”Vim mas não me deram esperanças\”, lamentou a paciente.