A Federação Brasileira dos Hospitais, entidade que representa os hospitais privados credenciados pelo SUS, tenta novamente sensibilizar o Governo Federal para que reveja a política de financiamento do Sistema Único de Saúde: Esta semana, representantes da FBH reuniram-se com o Secretário de Assistência à Saúde, José Noronha, em Brasília, para discutir a situação de caos no setor, que vem afetando de forma crítica a região Nordeste, em especial o estado da Paraíba. Apesar de confirmar que a tabela de procedimentos do SUS não será reajustada até o fim do ano, o secretário prometeu rever a discussão referente à extinção do Código Tipo 7, que determina o pagamento dos médicos. “O que está acontecendo em João Pessoa está diretamente relacionado a essa questão. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos hospitais pela falta de recursos do SUS, a paralisação foi uma decisão dos cirurgiões que, por receberem seus salários diretamente do SUS, também não têm nenhum tipo de reajuste há anos”, ressalta Eduardo de Oliveira, médico e presidente da FBH. Atualmente, o SUS paga ao cirurgião cardíaco uma média de R$ 76,00 por cirurgia. Contratados através do Código Tipo 7, esses médicos não têm vínculo empregatício com os hospitais e são contratados direto pelo Ministério da Saúde. “O Governo precisa entender que saúde não é gasto, e sim investimento. A rede privada trabalha em parceria com a rede pública para garantir o atendimento à população. Apenas na cidade de João Pessoa, a rede privada é responsável por 45,5% dos atendimentos do SUS e este ano já realizou mais de 51 mil internações até junho”, diz Eduardo de Oliveira. Histórico da crise – Há um ano, a FBH já havia alertado o presidente Lula para a crise iminente no sistema de saúde. Sem atenção do Ministério da Saúde, a FBH enviou uma carta ao presidente, onde relatou a grave situação do setor e fez um alerta sobre a defasagem entre os custos reais dos procedimentos e o valor pago pela tabela do SUS, que vem há uma década contribuindo para o sucateamento do sistema, o que a qualquer momento poderia gerar uma crise no sistema. Ao contrário do que afirma o Ministério da Saúde, de que a tabela do SUS para o pagamento de cirurgias vem sendo corrigida desde 2003, os reajustes têm sido pontuais e insuficientes para corrigir a defasagem que, em alguns casos, chega a 110%. “Há 10 anos não é feita uma correção dos valores praticados pelo SUS e, desde então, a FBH vem se reunindo com o Ministério da Saúde numa tentativa de reverter o caos da saúde. Infelizmente, nossos apelos foram em vão”, alerta o médico Eduardo de Oliveira, presidente da FBH.

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