O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) decidiu interditar eticamente os médicos que atendem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bayeux, após vistoria realizada na noite desta terça-feira (14) para verificar a denúncia de agressão contra uma médica da unidade. A equipe de Fiscalização do CRM-PB constatou que a Guarda Municipal faz apenas a segurança patrimonial da unidade e diversas inconformidades na estrutura da UPA.

“Apuramos que houve um desentendimento entre a médica e um usuário e, a partir disso, uma agressão verbal contra a profissional. Porém o mais grave foram as condições que encontramos na UPA. Não há como a unidade funcionar com a estrutura que dispõem. A população vai para local pensando que terá assistência, mas o local não oferece estrutura para isso o que acaba gerando insatisfação e episódios lamentáveis como este, que não foi o primeiro. Ficamos sabendo que uma médica foi agredida fisicamente na semana passada e isso é inadmissível”, disse o diretor de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa.

De acordo com o diretor, a UPA não tem diretor técnico, laboratório, sala de esterilização, lavanderia, raio x, oxímetro, equipamentos para monitorar pacientes graves, roupa de cama, além de um estoque reduzido de medicação e escala médica incompleta. “Alguns serviços são realizados em um hospital da cidade, porém a UPA só pode atender com estes serviços funcionando dentro da unidade e em boas condições. Não é admissível que um exame que pode ser liberado em poucos minutos demore cerca de quatro horas para ficar pronto porque o local não tem laboratório”, destacou João Alberto.

Ele disse ainda que na ala vermelha, onde ficam os pacientes mais graves, há cinco leitos ocupados e apenas um equipamento de monitoramento cardíaco. “São pessoas que precisam de monitoramento constante. Uma estrutura como essa coloca em risco a segurança do ato médico e a recuperação do paciente”, esclareceu o diretor.

A interdição ética dos médicos da UPA de Bayeux começa à zero hora desta quarta-feira (15). O atendimento médico dos pacientes internados continua funcionando normalmente. “Os médicos continuam prestando assistência na unidade até o último paciente receber alta. Só não será possível fazer atendimentos de pacientes novos e internações”, disse.

As interdições éticas realizadas pelo CRM-PB impedem, exclusivamente, o médico de atender nas unidades de saúde. A medida tem o objetivo de preservar a dignidade do atendimento médico à população e a segurança do ato médico. O relatório da Fiscalização será produzido e entregue à direção do UPA, à Secretaria de Saúde de Bayeux e Prefeitura de Bayeux nos próximos dias.

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