A maioria dos acidentes de trânsito envolvendo crianças ocorre em trajetos curtos, como de casa para a escola. Com a volta às aulas esse risco aumenta. Muitas vezes, a correria do dia-a-dia faz com que alguns aspectos importantes de segurança sejam deixados de lado, como o uso do cinto, da cadeirinha e dos busters. Segundo Edilson Forlin, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e coordenador da Campanha Criança Protegida no Carro, “muitas vezes a escola fica perto da residência da família e os pais acabam liberando as crianças do uso do cinto de segurança, por considerar que o trajeto não oferece perigo. Isso é um grande engano”, alerta. Forlin lembra ainda que é responsabilidade dos pais garantir o uso dos dispositivos de segurança pelas crianças e que o comportamento dos adultos normalmente é seguido por elas: “Este é mais um motivo importante para que os pais também utilizem esse dispositivo de segurança”. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que aproximadamente 2 mil crianças e adolescentes com idade até 17 anos morrem anualmente no Brasil em acidentes de carro, e cerca de 37,8 mil sofrem lesões, que muitas vezes vão acompanhá-las o resto de suas vidas. Grande parte desses acidentes acontece em trajetos curtos, como de casa para a escola. Este é um quadro alarmante que torna o Brasil um dos países mais violentos no trânsito. Na Alemanha o número de vítimas não chega a mil ao ano. Comparando com os Estados Unidos, o trânsito brasileiro é, no mínimo, sete vezes mais letal. Nos casos de lesões, o custo médico, emocional, psicológico e social para os pacientes, suas famílias e toda a sociedade é extraordinário. Uma criança com lesão medular permanente, por exemplo, além de todo sofrimento que enfrenta, gera um custo financeiro que pode chegar a quatro milhões de reais até o final da sua vida. Se os condutores de veículos tomarem alguns cuidados simples, como o uso do cinto de segurança, cadeirinhas e busters, podem ajudar a reduzir em cerca de 70% o número de mortes e ferimentos. Os pais são responsáveis em proteger seus filhos no automóvel. E este é o principal objetivo da campanha Criança Protegida no Carro. Veja como transportar corretamente as crianças no carro: Até 1 ano de idade Os bebês com até um ano de idade devem ser transportados em cadeirinhas de segurança (tipo bebê-conforto), sempre no banco de trás na posição de costas para a dianteira do carro. A cadeira deve estar firmemente presa ao banco pelo cinto de segurança. Para ter certeza de que o bebê está seguro, a cadeirinha não pode se mover mais do que dois centímetros de uma lado para o outro. E para não machucar o bebê, entre as tiras da cadeirinha e o corpo da criança é preciso ficar um espaço de folga de um dedo. De 1 a 4 anos de idade As crianças com idade entre um e quatro anos também devem ser transportadas em cadeirinhas presas firmemente ao cinto de segurança do veículo. A melhor posição da cadeira é no centro do banco. Quando as cadeiras estão instaladas corretamente elas diminuem os risco de morte e lesões graves em até 70%. De 4 a 10 anos de idade As crianças com mais de quatro anos precisam usar suportes especiais (buster). Esse equipamento ajuda a adequar o cinto ao tamanho da criança nesta fase em que são grandes demais para sentar na cadeirinha e pequenas para usar o cinto normal. O suporte de segurança permite que o cinto do veículo ajuste-se corretamente ao ombro e à cintura da criança. Acima de 10 anos As crianças que já passaram dos dez anos podem ser transportadas usando o cinto de segurança de três pontos. Mas para estar segura, a criança precisa ter o tamanho adequado, ou seja, a criança precisa sentar e dobrar seus joelhos na borda do assento, sem afastar as costas do encosto do banco. Fonte: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e CREMESP

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.