Por Dr. João Modesto Filho

A revista “Science Robotics” acaba de publicar um artigo que é, sem dúvida, uma novidade mundial. Trata-se da realização de uma cirurgia – uma anastomose intestinal – realizada com grande sucesso por uma técnica totalmente robotizada, ou seja, sem qualquer intervenção humana. Esse experimento foi realizado por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, Baltimore, Estados Unidos, e está sendo um grande passo em direção a automação cirúrgica. Já se sabe desde algum tempo que o uso de robôs nas salas de cirurgias não é novo, mas as tecnologias atuais, como o sistema Da Vinci, ainda são controladas por um profissional. Mas o sistema utilizado, o “Smart Tissue Autonomous Robot”, ou “STAR”, é um sistema mais acurado e avançado e que foi desenvolvido pelo Prof. Axel Krieger e equipe (Professor de Engenharia Mecânica). Esse sistema apresenta avanços por ser o primeiro sistema robótico para planejar, adaptar e executar um plano cirúrgico em tecidos moles sem intervenção humana, segundo seu criador.

Ao longo dos anos, Krieger e sua equipe demonstraram que o “STAR” poderia realizar tarefas cirúrgicas complexas tão bem ou melhor do que os cirurgiões, mas com alguma contribuição humana. Em sua pesquisa mais recente, a equipe apresentou dados que mostram que o “STAR” pode realizar cirurgias laparoscópicas complexas de tecidos moles de forma totalmente autônoma em um porco. Esse feito foi baseado em particular em um algoritmo de aprendizado de máquina, ou seja, com a indispensável presença da inteligência artificial. Salienta o Prof. Krieguer que a anastomose robótica é uma forma de garantir que as tarefas cirúrgicas que exigem alta precisão e repetibilidade significativa sejam executadas com mais precisão para cada paciente, independentemente das habilidades do cirurgião.

Embora ainda não seja de imediato que o STAR estará a disposição, Krieger e sua equipe vislumbram um futuro em que sistemas autônomos de cirurgia robótica podem até ajudar a tratar pacientes fora de um ambiente hospitalar normal, por exemplo, em situações de trauma a caminho de o hospital.

Em sua publicação, os autores concluem: “Comparamos os critérios de qualidade da anastomose do sistema autônomo desenvolvido, da cirurgia laparoscópica manual e da cirurgia assistida por robô é esss dados encontrados indicam que nosso sistema supera a técnica manual de cirurgiões especialistas e cirurgia assistida por robô”.

Estamos entrando numa nova era robótica sinalizando que o porvir não tem limites?

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