Quem pensa que o impacto do abuso do álcool, pelos brasileiros, se reflete “apenas” nas estatísticas de dependência química (que já escraviza 10% da população), engana-se completamente… O alcoolismo tem impacto assustador também no número de atendimentos realizados na área da saúde. A Rede Interagencial de Informações acaba de apresentar um relatório, lançado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mostrando que 11,9% das internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre a população masculina na faixa etária de 15 a 29 anos é provocada por doenças no aparelho digestivo (segunda colocada no ranking do total de hospitalizações). Acredite: entre homens com 30 a 59 anos, as doenças digestivas representam a primeira causa de internação (15,3% dos casos). Segundo o relatório, entre as principais doenças que integram essa classificação está a cirrose, causada por hepatite ou uso abusivo de álcool. Rui Laurenti, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explica que pacientes internados por abuso de álcool entram em estatísticas de saúde por duas vias: complicações do aparelho digestivo e atendimento de transtornos mentais. Em 2006, os números do SUS mostram que foram feitos 25.411 atendimentos para pacientes com cirrose, que custaram aos cofres públicos mais de 13 milhões de reais. Essa soma pula para mais de 22 milhôes de reais quando são considerados procedimentos médicos e tratamento de doenças relacionadas ao alcoolismo. 3,7% das mortes anuais no mundo são provocadas pelo álcool Outro relatório, elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mosra que pelo menos 2,3 milhões de pessoas morrem por ano, em todo o planeta, em razão de problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas. Este número totaliza 3,7% da mortalidade mundial. O documento afirma que “o consumo de álcool provoca grandes problemas de saúde pública” e que o produto é a quinta causa de morte prematura e de incapacidade, provocando 4,4% das doenças em todo o mundo. O álcool foi relacionado a 6,1% das mortes de homens ocorridas em todo o mundo em 2002, e de 1,1% entre as mulheres. Os dados também mostram que entre as mortes dos menores de 60 anos, a porcentagem atribuível à ingestão de álcool sobe para 5% (7,5% entre os homens e 1,7% entre as mulheres) e que os efeitos fatais do consumo de álcool são maiores entre os mais jovens de ambos os sexos, principalmente associados a acidentes com morte. Segundo o relatório: – em 2002, o custo total relacionado ao consumo nocivo de álcool pode ter chegado a US$ 665 bilhões, o que equivaleria a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial – pelo menos US$ 50 bilhões desse custo corresponde a despesas derivadas de doenças; US$ 55 bilhões, à mortalidade prematura; US$ 30 bilhões à condução sob efeito do álcool; US$ 30 bilhões ao abandono de emprego; US$ 80 bilhões ao desemprego; US$ 30 bilhões a despesas do sistema judiciário, e US$ 15 bilhões a danos à propriedade alheia – entre as conseqüências sociais negativas citadas, associadas ao consumo de álcool, estão a embriaguez em público, os maus-tratos infantis, a violência juvenil e entre marido e mulher – por fim, o texto faz um alerta: cada vez mais a produção e o comércio de álcool são envolvidos pela globalização. Isto implica em novos desafios para combater o problema. Fontes: Jornal O Estado de São Paulo e Agência EFE

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